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Viajou com sonho de estudar em Portugal e as dificuldades obrigou-o a inovar para ter negócio referência no centro do Porto
Edmilson Monteiro é um jovem cabo-verdiano que viajou para Portugal com o sonho de fazer uma licenciatura em Marketing na terra lusa, mas as dificuldades encontradas pelo caminho tornaram tudo “mais difícil”. Porém, não desistiu, resolvendo investir no seu talento e hoje tem uma barbearia de referência no centro da cidade do Porto.
Em entrevista à Terra Longe Online, o jovem cabo-verdiano contou que foi difícil a sua adaptação em Portugal, por estar sozinho e longe da sua família, mas resolveu investir no seu talento o suficiente para conseguir recursos para abrir o Edmilson Studio, uma barbearia situada no centro da cidade do Porto e que tem conquistado o mercado local e clientes de várias nacionalidades.
“Trabalho com um colega (que também é cabo-verdiano) e juntos organizamos o nosso trabalho diariamente para que possamos obter o maior rendimento possível, mas também corresponder às expectativas dos nossos clientes”, declarou, garantindo que fazem vários tipos de cortes de cabelo, assim como tranças e “dreadlocks”.
O seu maior desafio no momento é a fidelização de “cada cliente”, uma vez que existe muita concorrência no ramo, pelo que é necessário desenvolver estratégias que fazem o público escolher sempre o Edmilson Studio.
Conforme referiu, o seu salão tornou-se numa espécie de “um espaço de interculturalidade”, uma vez que lá se reúnem pessoas de diferentes nacionalidades, nomeadamente portuguesa, cabo-verdiana, angolana, guineense e outras, o que o permite fazer mais amizades e ganhar confiança dos clientes.
Devido à situação da covid-19, o dia-a-dia é bem mais calmo e sem muito movimento, devido ao número reduzido de cliente.
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Temos trabalhado apenas com marcações para evitar aglomerações dentro do salão”, explicou.
Natural do interior da ilha de Santiago, Edmilson começou a cortar cabelo e fazer a barba do seu irmão quando foi morar com ele na cidade da Praia e, desde então, foi ganhando a prática e confiança.
Quando chegou a Portugal, começou a cortar os cabelos dos seus colegas em casa e recebia muitos elogios, estimulando o a aperfeiçoar o seu talento e a desenvolver a sua paixão pela profissão.
“Para mim é um orgulho ter um negócio num país diferente, fruto de muito esforço, dedicação e principalmente amor ao que faço”, asseverou, apelando aos jovens cabo-verdianos na diáspora para nunca desistirem daquilo que realmente querem.
“Pode levar tempo até conseguirmos atingir os nossos objectivos e ser imigrante não é fácil, mas é necessário sermos resilientes e humildes acima de tudo”, reforçou.
