Ministro Paulo Veiga confirma seu pedido de demissão do Governo

O ministro do Mar, Paulo Veiga, confirmou hoje a seu pedido de demissão do Governo, justificando a decisão com a “pretensão de tirar todas as consequências politicas e continuar a servir o país com dignidade”.

A informação foi avançada pelo próprio ministro, através de um comunicado na sua página oficial no Facebook, confirmando assim a notícia do Santiago Magazine sobre a crise politica no seio do MpD e Governo após a derrota de Carlos Veiga nas Eleições Presidenciais 2021.

“Visa esta nota de imprensa comunicar que solicitei ao senhor primeiro-ministro a minha exoneração do cargo de ministro do Mar”, escreveu Paulo Veiga.

“Porque acredito que a nobreza da política reside na assunção individual de responsabilidades a cada momento, em coerência com a minha consciência política, solicitei minha exoneração com a pretensão de tirar todas as consequências políticas e poder continuar a servir o meu país com a máxima dignidade e sentido de estado, enquanto deputado nacional, numa altura tão crítica da vida do País”, reforçou.

Sem esclarecer a razão clara deste pedido de demissão, o governante demissionário deixou transparecer o seu desagrado ao referir que vai exercer a função do deputado, cargo para o qual, segundo ele, foi eleito directamente pelo povo.

Assegurou que continua a ter condições políticas para exercer a função de deputado nacional até ao final do mandato.

“Esta é uma decisão irreversível, que seguirá agora os trâmites formais. Agradeço, reconhecido, a honra e o privilégio de ter participado no Governo, servindo Cabo Verde e os cabo-verdianos. Trabalhei com seriedade e comprometimento, convicto de que alcançamos resultados importantes, num contexto de grandes dificuldades. Assegurarei a transição de pasta, para que todos os processos em curso possam ser acolhidos tranquilamente pela futura tutela, frisou.

Segundo noticiou o jornal online Santiago Magazine, o pedido de demissão de Paulo Veiga tem a ver com o seu descontentamento em relação ao MpD e o Governo, por causa da derrota de Carlos Veiga, seu primo e candidato apoiado pelo seu partido nas Eleições Presidenciais em que José Maria Neves saiu vencedor.

“Paulo Veiga, primo do candidato derrotado, Carlos Veiga, foi director de campanha deste, e, dizem as nossas fontes, faz parte do rol dos militantes e dirigentes do MpD que estão descontentes com Ulisses Correia e Silva e o governo que dirige, a quem acusam de ter contribuído pelos maus resultados eleitorais daquele que foi o primeiro presidente dos “democratas”, revelou Santiago Magazine.